De tornozeleira e chinelo Gucci, Nanan é ouvido em audiência e nega acusações: “Só achei uma janela na internet”

 

Foto: Reprodução/Instagram

A audiência de instrução dos influenciadores acusados de envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro com rifas ilegais na Bahia teve início na tarde desta quarta-feira (16). Um dos réus que prestou depoimento foi José Roberto dos Santos, conhecido com Nanan.

De acordo com as investigações, o rifeiro integra o núcleo de contravenção pela promoção das rifas sem autorização legal federal, além de lavar dinheiro de drogas.

A acusação diz que ele mantinha relações financeiras com os outros acusados, como Ramhon Dias, tendo movimentado 26 milhões e Gaby Rifas onde movimentou 64 milhões. Juntos, eles teriam movimentado 90 milhões de reais.

Em depoimento, usando um chinelo Gucci e tornozeleira eletrônica, Nanan negou os fatos e disse que são apenas números, que foram contas que recebeu e pagou. “Não significa que esse dinheiro pare na minha conta. A diferença o contador  pode explicar melhor”. O rifeiro também é acusado de usar conta bancária em nome do filho menor de idade, pra lavar dinheiro, movimentando 2 milhões.

Referente a relação com os outro acusados, Nanan negou que conheceu Victor da Silva Moreira Paulo , mas que ele era cliente, apostando rifas caras. Quando a Ramhon ele afirmou que vendeu um carro para o influenciador, mas que não existe amizade.

Nanan começou com os sorteios em 2011, com valores pequenos. Em 2020, criou a plataforma e expandiu para todo Brasil. No último sorteio que fez regularizado, arrecadou 2 milhões.

“Sou funcionário da Lotep, sou garoto propaganda. Sempre fiz carreria solo, nunca direcionei responsabilidade pra ninguém. Não tem organização, nunca tive amigo traficante, nunca trafiquei, nunca usei drogas. Só achei uma janela na Internet”, declarou o réu.

Durante sua atuação no ramo de rifas, Nanan já entregou prêmios de 1 milhão de reais, cegonhas com 10 carros e cegonha com 70 motos. Além disso, já premiou no Rio de Janeiro, com autorizou judicial, além de uma moto no Ceará.

O réu ainda explicou que não existe processo contra ele por falta de entrega de prêmios: “Ganhou, levou.” Nanan explicou como é sua atuação na Lotep e participação. 

“Hoje sou garoto propaganda e influencer da Lotep. A grana vai pra conta da FM empreendimento, que gerencia os pagamentos e impostos e repassa os lucros pra a Nanan Premiacões Ltda. Gabriela tem muitos seguidores e divulga o link  e responde clientes de como funciona, e Joabe faz a plataforma, o marketing, os vídeos”, contou Gabriela é esposa do rifeiro e Joabe, irmão. 

Sobre um problema com a tornozeleira, o réu explicou que precisou trocar quando a que usava queimou e quando foi configurada de forma incorreta, pois ele mora em Camaçari e não em Salvador,  sendo assim, acusou uma suposta violação da cautelar.

O rifeiro ainda destacou que faz trabalhos sociais, como pagar cirurgias para quem precisa, distribuiu toneladas de cesta básica, brinquedos no Dia das Crianças e materiais de construção.

Além disso, ele ainda atacou a mídia: “Uma pessoa do bem, pai de família e que nunca imaginou que ia passar por isso. Sigo firme com Deus e ele vai me tirar disso aqui. Eu não mereço Passar por isso por tantas pessoas que já ajudei”, finalizou.

por Claudia Cardozo e Mariana Cedrim / BNews