Nova vacina personalizada mostra resultados promissores contra câncer renal avançado

 

Foto: Fabio Rodriguez-Pozzebom / Agência Brasil

Uma nova vacina personalizada contra o câncer demonstrou resultados positivos em um ensaio clínico envolvendo pacientes com câncer renal avançado. Segundo um artigo publicado nesta quarta-feira (5) na revista científica Nature, todos os nove participantes desenvolveram uma resposta imune anticâncer após receberem o tratamento.

As vacinas foram administradas após a cirurgia de remoção do tumor e foram projetadas para treinar o sistema imunológico a reconhecer e eliminar células tumorais remanescentes.

“Estamos muito animados com esses resultados, que mostram uma resposta tão positiva em todos os nove pacientes com câncer renal”, destacou Toni Choueiri, diretor do Lank Center for Genitourinary Cancer do Dana-Farber, nos Estados Unidos, e coautor sênior do estudo.

As vacinas são criadas a partir do tecido tumoral removido durante a cirurgia, identificando características moleculares específicas das células cancerígenas, conhecidas como neoantígenos. Os pesquisadores usaram algoritmos preditivos para selecionar os neoantígenos com maior probabilidade de induzir uma resposta imunológica, garantindo uma ação mais direcionada e eficaz contra o câncer.

Além da vacina, cinco dos pacientes também receberam o medicamento imunoterápico ipilimumabe.

David A. Braun, médico oncologista da Yale School of Medicine e primeiro autor do estudo, explicou a importância dessa abordagem:

“Nós escolhemos alvos exclusivos do câncer, diferentes de qualquer parte normal do corpo, para que o sistema imunológico possa ser direcionado ao câncer de forma específica. Acreditamos que esse trabalho pode formar uma base para o desenvolvimento de vacinas neoantígenas no câncer renal.”

A vacina gerou uma resposta imunológica em apenas três semanas, com um aumento de 166 vezes no número de células T (responsáveis pela defesa do organismo). Esse nível permaneceu elevado por até três anos, sem registros de efeitos colaterais graves nos participantes.

Embora os resultados sejam promissores, os pesquisadores ressaltam que estudos maiores são necessários para confirmar a eficácia e explorar o potencial completo da vacina. Um novo ensaio clínico internacional e multicêntrico já está em andamento, combinando a vacina com o medicamento pembrolizumabe.

Fonte: Voz da Bahia

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