Anvisa revisará uso de corante vermelho após proibição nos EUA

 


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que revisará as referências científicas utilizadas para aprovar o corante vermelho n. 3, conhecido como eritrosina, após a proibição de sua utilização pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos. A medida americana foi tomada com base em estudos que apontam o aumento de casos de câncer em ratos expostos ao aditivo. Embora não haja evidências semelhantes em humanos, a FDA considerou que os riscos para a saúde animal justificam a proibição.

A decisão da Anvisa segue a tendência de reavaliação do uso de substâncias em alimentos, como ocorreu com o dióxido de titânio, que já foi banido na União Europeia devido a preocupações de segurança. No Brasil, a Anvisa manteve sua permissão, alegando que, sem provas definitivas de danos à saúde humana, não há justificativa para a proibição. No entanto, especialistas como Daniela Canella, da USP, ressaltam que o uso de corantes está associado a reações alérgicas e problemas de comportamento, o que reforça a necessidade de revisão dos aditivos alimentares.

A pesquisa de Canella, apesar de se basear em dados sobre os efeitos em animais, defende que é eticamente inadequado realizar experimentos em humanos para medir o impacto desses produtos. A falta de estudos conclusivos sobre o impacto dos corantes nos seres humanos é vista como uma brecha que a indústria alimentícia usa para manter esses aditivos em produtos consumidos em grande escala.

Para Cecília Cury, doutora em direito e idealizadora da organização Põe no Rótulo, a proibição do corante nos EUA cria um precedente importante para a Anvisa reavaliar sua posição. Ela também sugere que uma mudança na rotulagem dos produtos, incluindo os aditivos na mesma lista dos ingredientes principais, poderia aumentar a transparência e permitir que os consumidores tomassem decisões mais informadas sobre o que estão consumindo.

Fonte: Voz da Bahia

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